top of page
Buscar

População pode opinar sobre bulas digitais até 15 de setembro

  • Foto do escritor: Alberto Danon
    Alberto Danon
  • 11 de set.
  • 2 min de leitura
ree

FOTO: Shutterstock

Até o dia 15 de setembro, é possível demarcar opiniões sobre a substituição das bulas impressas pelas bulas digitais – a substituição já está em fase de projeto-piloto para alguns medicamentos. Na Agenda Regulatória da Anvisa 2026/2027, entre os 115 temas em consulta pública, está a revisão das regras para elaboração, harmonização, atualização, publicação e disponibilização de bulas de medicamentos — um ponto que pode impactar a adesão ao tratamento e a segurança do paciente.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), até 50% dos medicamentos são utilizados de forma incorreta, muitas vezes por falta de informação adequada. Nesse cenário, a bula, seja impressa ou digital, torna-se um instrumento essencial de saúde pública.

A proposta de substituição gradual das bulas impressas por versões digitais já está em fase de projeto-piloto, aprovado pela Anvisa em julho de 2024. A iniciativa contempla medicamentos como amostras grátis, produtos destinados a hospitais e clínicas, medicamentos isentos de prescrição (MIPs) disponibilizados em drogarias e medicamentos distribuídos pelo governo.

Nesses casos, o acesso à bula se dá por meio de QR Codes nas embalagens, com possibilidade de incluir vídeos, áudios e instruções complementares.


Modernização com responsabilidade


Não há dúvida de que a bula digital representa um avanço. Ela oferece informações atualizadas em tempo real, contribui para a sustentabilidade ambiental ao reduzir o uso de papel e amplia a acessibilidade com recursos multimídia. Trata-se de uma inovação que moderniza o acesso às informações sobre medicamentos no Brasil.

Aline Alcântara, farmacêutica clínica e consultora do Grupo AMR Saúde, explica que é preciso reconhecer que a transição digital não pode ignorar as desigualdades tecnológicas do país.

No Brasil, um em cada cinco cidadãos — cerca de 20,5 milhões de pessoas, segundo o IBGE (2024) — ainda não tem acesso regular à internet. Isso significa que milhões de brasileiros, em sua maioria idosos, pessoas com baixa escolaridade ou moradores de áreas rurais, correm o risco de perder sua principal fonte de orientação sobre o uso seguro de medicamentos.

Enquanto nas grandes cidades o acesso digital pode parecer simples e intuitivo, em muitos municípios do interior a realidade é outra: conexões instáveis, baixa inclusão digital e pouca familiaridade com QR Codes.

Nesse cenário, se a bula física desaparecer, o resultado pode ser um aumento nos casos de automedicação, interações medicamentosas perigosas e até hospitalizações evitáveis. Desafios para as farmácias

De acordo com a consultora doGrupo AMR Saúde, a transição para as bulas digitais traz desafios e oportunidades para as farmácias. “Mais do que pontos de venda, as drogarias são estabelecimentos de saúde, e seus colaboradores assumem papel central na orientação do paciente. A ausência da bula impressa amplia a necessidade de apoio direto no balcão, reforçando a responsabilidade do farmacêutico como educador em saúde”, afirma.

Ao mesmo tempo, diz, essa mudança abre espaço para diferenciação: “farmácias que estruturarem protocolos claros de atendimento, como suporte no acesso digital ou impressão sob demanda, poderão transformar um desafio regulatório em uma oportunidade de cuidado, fortalecendo sua imagem como referência em informação segura e acessível, acredita Aline.


ree

Comentários


Não é mais possível comentar esta publicação. Contate o proprietário do site para mais informações.

EXIJA BULA

Em defesa da manutenção das bulas impressas para a saúde da população do Brasil.

SIGA-NOS NAS REDES SOCIAIS

  • Youtube
  • Ícone do Instagram Branco
bottom of page