População pode defender a permanência das bulas impressas: veja como
- Alberto Danon
- 6 de set.
- 2 min de leitura
Agenda Regulatória poderá discutir substituição do documento por versões digitais, que está em fase de projeto-piloto para algumas categorias de medicamentos

Mais uma vez, o momento é agora: o público tem a oportunidade de manifestar sua insatisfação com a possibilidade de retirada das bulas impressas que acompanham os remédios — uma garantia de segurança e transparência que está em risco.
A Agenda Regulatória da ANVISA 2026–2027 está aberta para contribuições até o dia 15 de setembro. Esse é o espaço oficial em que qualquer cidadão pode fazer contribuições para as diretrizes relacionadas a saúde no país, bem como exigir a permanência da bula física.
Para participar, o cidadão deve acessar o formulário oficial da ANVISA, disponível neste link, preencher seus dados e registrar a contribuição.
“O processo é simples, mas de enorme importância para que a sociedade civil seja ouvida. Essa manifestação colabora para evitar um retrocesso que favorece apenas alguns setores econômicos e coloca em risco o direito à informação de milhões de brasileiros”, diz o coordenador do Movimento Exija Bula e advogado de defesa do consumidor, Alexandre de Morais.
Ainda segundo o advogado, a bula impressa não pode ser tratada como opcional. "O documento é essencial para garantir acesso imediato e seguro à informação, especialmente em situações urgentes ou para quem não tem familiaridade com tecnologia", afirma.
Alexandre alerta que o Brasil não está preparado para essa mudança. "diariamente vemos dados divulgados pela imprensa sobre o baixo letramento digital, a falta de acesso à internet e a equipamentos tecnológicos, entre outros fatores que tornam o consumidor vulnerável — inclusive diante do aumento das fraudes digitais."
A proposta em análise pela ANVISA prevê a substituição progressiva da bula impressa por versões digitais, medida que já está em fase de projeto-piloto para algumas categorias de medicamentos. No entanto, o advogado alerta que essa mudança ignora as consequências para os consumidores mais vulneráveis.
“Por esse motivo, a participação da sociedade é urgente. Até o dia 15 de setembro, é possível enviar contribuições e reforçar a importância de preservar a bula impressa como direito do consumidor. Nós, do Movimento Exija Bula seguimos firmes, mobilizando a população, conscientizando e exigindo que esse direito fundamental não seja roubado. A luta é por informação acessível e segura para todos”, destaca.

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